Dinossauros e a fé de acreditar na juventude
Sol da Caparica.
Foi com grande surpresa que recebi o "convite" do "piqueno" para irmos ao Sol da Caparica. Criados para que pensem sempre pela própria cabeça e não embarcarem "em grupos", tenho levado com os "estilhaços" dessa forma que escolhi para os educar. Meio anti - sociais, não apreciam "ajuntamentos" nem confusões. Concertos e essas coisas são "cenas" da mãe. O máximo que se consegue do mais velho são jogos do Sporting.
Soube sempre que o mais novo gosta muito mais de música. Mas não esperava este "convite". Embora o cartaz não fosse o meu favorito, acedi na hora. Carro cheio de putos e lá fomos nós.
Sempre a "picarem" o ponto, seis putos a "tomarem conta" da mãe e da tia, não fossemos desaperecer, foi um vai e vem para perto do palco e perto do bar, onde as cotas estacionaram o esqueleto.
Foi curioso vê los a comentarem as figuras alheias, agarrados às garrafas de água. O cheiro no ar continua o mesmo que sempre foi naqueles lugares, mas eles identificam as "passivas" ou simpatias como lhes chamo eu, e fiquei orgulhosa. A ignorância não mora em minha casa, falamos sobre vícios e hábitos alheios sem tabus e a curiosidade não me parece que vá matar estes gatinhos. O saber ocupa o lugar enorme da curiosidade, e a vergonha alheia pode ser uma aliada preciosa.
Não sei se é apenas a amostra familiar, mas continuo a achar que eles ouvem hoje música muito mais calma e melodiosa do que nós. Embora eu não o achasse, o que eu ouvia com a idade deles era sobretudo barulho, de que ainda gosto bastante.
O cartaz ontem até foi bastante aceitável. Hoje foi essencialmente Funk, que é uma coisa que dispenso bastante, mas que levou o piqueno ao deleite.
E eu chego a esta hora a casa feliz. Gostei sobretudo deles. Destes miúdos por quem tenho dado o coiro e o cabelo e que em doses maiores ou mais pequenas me vão deixando orgulhosa nas suas formas de estar.
A minha monarquia...